quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Pingo...


Pinga um doce que adoça o amargo que amarra a língua, pinga uma gota que umedece a planta seca pelo sol, e no peito uma dor que amarra as mãos e os pés, que não deixam sair da terra pátria, dessa mãe ingrata que não acalenta o filho choroso. Pinga um pingo de esperança nos olhos desse povo que cansa de esperar com ânsia o melhor para pequenos, só um pingo nesses olhos que escorrem e escorrem até matar a sede e brotar alívio, mesmo que momentâneo, mesmo que instantâneo, mesmo que mentiroso, porém reconfortante.

sexta-feira, 22 de março de 2013



Simplesmente não existem mais, aqueles velhos olhos que viam o mundo com simplicidade, aquele velho desejo de conquistar tudo e todos, simplesmente não existem mais, aqueles abraços nas tardes de solidão, ou aquele simples, mas sincero: - Eai velho ta tudo bem?
Faz-me falta àquela rua, aquela casa, que era nosso QG, aquelas tardes, que nos perdíamos em meio a violões percussão e idéias, almejando as façahas no mestre Raposa, não sei aonde foi parar toda aquela sinceridade ao dizer que nunca nos separaríamos, não sei onde foram parar aqueles meninos que brincavam de serem stars, que fizemos deles?
Hoje somos homens feitos e de barba na cara, com experiência e bagagem, hoje não precisamos mais um dos outros para se divertir, para passar o tempo, e nem do complemento nas idéias, e nas frases que se tornavam musica, isso foi o que fizemos com nós.
Sinto saudade disso e de muito mais coisas que minha mente, traiçoeira, não me deixa lembrar, sinto saudade do velho pesado, que hoje nem pesado é mais, do fumê, que hoje não tratamos mais assim, pois é mestre em claves e pautas, sinto falta do antigo parrudo, que sempre nos complementava, e hoje nos corrige, sinto falta do benga, que nem sei por onde anda, e eu sinto falta de ser eu mesmo, que sem todos esses, já não mais o mesmo.

O tempo passa e escorre pelos canais da vida ate desembocar no mar do que já passou, e La fica a velha e boa lembrança de tempos que sei que jamais voltaram, mas novos tempos virão, e quem algum dia sabe sem acusações, ou discórdia, apenas nos reencontremos e voltemos a ser aqueles meninos que faziam arte, aqueles filhos da tia, que eram felizes e não se satisfaziam com isso.
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